O patrimônio cultural compreende o conjunto de valores materiais e não materiais que dão sentido à vida e expressam a criatividade e identidade de um povo
Faz parte deste universo todo e qualquer testemunho natural ou do fazer humano que tenha caráter memorial e de pertencimento.O idioma, os ritos, as crenças , as tradições , os lugares . as paisagens , os monumentos, as obras de arte, os acervos e os saberes adquiridos são elementos que diferenciam culturalmente uma sociedade perante as outras.
Na comunidade de São Miguel, povoado de santa Luzia em Caetité, encontramos as irmãs;Dalva, Dileuza e Preta, ainda sua prima dona Clemencias essas brilhantes ceramista são as resistência dessa memória patrimonial ainda viva nessa área territorial do distrito, ainda em são Miguel temos o toque típico do violão sertanejo do senhor Manoel.Da Forquilha temos a única guerreira , a Jovem Juliana na produção da arte do cipó as valentes mulheres e homens da comunidade quilombola de Malhada em Maniaçu , completando com o toque do violão sertanejo do senhor José do Junquinho, enfim estamos frente as agonizantes situações da memória cultural e identidade coletivo da cultura popular de nossa comunidade tradicionais
Um Pouco da História da cerâmica
INTRODUÇÃO
Coeva do fogo, a
cerâmica — do grego "kéramos" , ou "terra queimada" - é um
material de imensa resistência, sendo freqüentemente encontrado em escavações
arqueológicas. Assim, a cerâmica vem acompanhando a história do homem, deixando
pistas sobre civilizações e culturas que existiram há milhares de anos antes da
Era Cristã.
Hoje, além de sua
utilização como matéria-prima de diversos instrumentos domésticos, da construção
civil e como material plástico nas mãos dos artistas, a cerâmica é também
utilizada na tecnologia de ponta, mais especificamente na fabricação de
componentes de foguetes espaciais, justamente devido a sua durabilidade.
A ORIGEM DA
CERÂMICA
"O primeiro artesão
foi Deus que, depois de criar o mundo, pegou o barro e fez Adão." (ditado
popular paraibano)
Estudiosos confirmam
ser, realmente, a cerâmica a mais antiga das indústrias. Ela nasceu no momento
em que o homem começou a utilizar-se do barro endurecido pelo fogo. Desse
processo de endurecimento, obtido casualmente, multiplicou-se. A cerâmica
passou a substituir a pedra trabalhada, a madeira e mesmo as vasilhas
(utensílios domésticos) feitas de frutos como o coco ou a casca de certas
cucurbitácias (porongas, cabaças e catutos) .
As primeiras cerâmicas
que se tem notícia são da Pré-História: vasos de barro, sem asa, que tinham cor
de argila natural ou eram enegrecidas por óxidos de ferro. Nesse estágio de
evolução ficou a maioria dos índios brasileiros. A tradição ceramista — ao
contrário da renda de bilros e outras práticas artesanais — não chegou com os
portugueses ou veio na bagagem cultural dos escravos. Os índios aborígines já
tinham firmado a cultura do trabalho em barro quando Cabral aqui aportou. Por
isso, os colonizadores portugueses, instalando as primeiras olarias nada de
novo trouxeram; mas estruturam e concentraram a mão-de-obra. O rudimentar
processo aborígine, no entanto, sofreu modificações com as instalações de
olarias nos colégios, engenhos e fazendas jesuíticas, onde se produzia além de
tijolos e telhas, também louça de barro para consumo diário. A introdução de
uso do torno e das rodadeiras parece ser a mais importante dessas influências,
que se fixou especialmente na faixa litorânea dos engenhos, nos povoados, nas
fazendas, permanecendo nas regiões interioranas as práticas manuais indígenas.
Com essa técnica passou a haver maior simetria na forma, acabamento mais
perfeito e menor tempo de trabalho.
Quando os populares
santeiros, que invadiram Portugal no século XVIII, introduziram a moda dos
presépios, surgiu a multidão de bonecos de barro de nossas feiras. Imagens de
Cristo, da Virgem, Abades, de santos e de anjos começaram a aparecer. Os
artistas viviam à sombra e em função da Igreja ou dos seus motivos. O mais
célebre artista dessa fase foi Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho.
Pouco a pouco — da
mesma forma que aconteceu com o teatro católico medieval que foi transformado
no Brasil em espetáculos populares como as pastorinhas, o bumba-meu-boi e os
mamulengos — a arte do barro foi se tornando profana. Ao final, era o seu meio
que os artistas começaram a retratar: simplificaram as formas que passaram
apresentar, sem nenhum artifício, tipos, bichos, costumes e folguedos.
ORIGEM NO BRASIL
No Brasil, a cerâmica
tem seus primórdios na Ilha de Marajó. Na segunda metade do Oitocentos, a
ciência arqueológica voltou-se para territórios e continentes além de Grécia e
Roma; assim, ocorreram escavações na Amazônia, especialmente na ilha de Marajó
sendo o centro de Santarém o mais generoso com os pesquisadores.
Os arqueólogos
consideraram os vestígios e pretendiam estabelecer as origens dos povos
amazonense e várias foram as hipóteses: nômades dos Andes, vindos do Peru
fugindo da conquista espanhola ou da América Central, e com maiores
possibilidades, das Antilhas. Outra seria um êxodo começado no Grande Chaco e
escavações em Quito têm encontrado provas de que as grandes culturas do Peru e
México tiveram origem no Equador. Essas pesquisas começaram em 1958, quando foi
descoberta uma aldeia datável de cerca de 5 mil anos na cidade costeira de
Valdívia; e desde então mais aldeias do mesmo período foram descobertas no
interior, na direção da Amazônia, com cerâmicas, instrumentos e objetos
decorativos revelando um nível insuspeitado de sofistificação. E nas primeiras
descobertas geográficas os europeus encontraram povoados que são descritos com
bastante reserva.
Mesmo o índio
desconhecendo o torno e operando com instrumentos rudimentares, conseguiu criar
uma cerâmica de valor, que dá a impressão de superação dos estágios primitivos
da Idade da pedra e do bronze.
Foram identificadas
várias fases da cerâmica brasileira , que foram divididas em:
- Ananatuba: a mais generalizada e provavelmente atribuível às primeiras sedimentações datáveis entre o séc. VII e o X a.C. , apresentando uma técnica plenamente desenvolvida, povo dividido em tribos, cada um ocupando uma única maloca e abrigando uma centena de moradores;
- Mangueiras: pertencente ao grupo que sucessivamente prevaleceu sobre o primitivo Ananatuba, sua duração estimada entre o séc. IX e o XII;
- Formiga: outro grupo coevo deste último, mas com a cerâmica mais pobre;
- Aruã :denominação dada por pesquisadores europeus a um grupo que vivia em pequenas ilhas no Amazonas, tudo indicando uma cultura bastante singular, em face do uso de urnas funerárias, um ritual de notável contribuição na determinação de fases;
- Marajó: é um capítulo à parte. Ela foi elaborada por povos que habitaram a bacia Amazônica do ano 980 A.C. até o séc. XVIII e é arqueológica. Através dela a gente pode observar a evolução, o apogeu e a decadência da cultura de um povo. A riqueza de detalhes, a exuberância das cores, a variedade dos objetos (como fusos, colheres, tangas, bancos, estatuetas e adornos) , as técnicas de brunimento (alguns feitos com conchas) foram perdendo qualidade com o tempo. Os grandes aterros de louçaria e estatuetas encontrados na ilha de Marajó mostram bem esta falência. Hoje, o que existe de cerâmica marajoara pode ser visto no Museu Goeldi, em Belém. Não tem nada haver com as peças que encontram-se nas feiras de artesanato ou nas lojas dos grandes centros que dizem vender peças folclóricas. Na maioria, esses objetos são industrializados e não passam de tentativas grosseiras de cópias, sem maior significado cultural.
DESCRIÇÃO DA TÉCNICA
As artes cerâmicas
moldam minerais das entranhas da terra (metais, barro, argila, areia, etc.)
dando origem a utensílios, peças ornamentais, urnas funerárias e os mais
variados produtos da imaginação do homem.
Ela demanda calma e
circunspeção: a argila e os elementos de liga devem ser cuidadosamente
escolhidos e o manejo deve ser paciente porque ela oferece tantas
possibilidades quanto variações e rupturas após a queima; assim uma peça cerâmica
contém além de todos esses ingredientes e cuidados, a apreensão, o suspense e o
ardor.
Ela pode ser
manufaturada ou industrializada e sua matéria-prima principal é a argila,
o caulino, o barro, a pasta. Modelada e cozida ao sol, em fogueiras ou em
fornos aquecidos a temperatura conveniente, o produto pode ter cor natural,
preto ou em variações que ocorrem do amarelo ao vermelho, podendo ainda, ser
revestido de pintura, composta de silicalcalinos ou vernizes à base de chumbo
ou estanho, formando um esmalte brilhante e resistente com ricas variações.
Existem diversas
argilas nas quais se podem adicionar outros elementos para obter maior
plasticidade e coesão e ainda um bom cozimento.
As argilas são
rochas normalmente de origem sedimentares e provenientes da alteração de rochas
silicadas. Os minerais que as constituem são fundamentalmente a caulinite, a
ilite ou a montemorilonite. Do ponto de vista químico, as argilas são
aluminosilicatos hidratados apresentando espécies muito variadas de fórmula
genérica
O3, al quatro . SiO2.
H2O.
Encontra-se na natureza
em estado de relativa pureza ou associadas aos mais diversos materiais, podendo
adquirir, neste caso, propriedades e designações específicas. As Margas, por
exemplo, são argilas com um elevado teor de calcário.
Geologicamente e quanto
ao modo de formação das suas jazidas, as argilas classificam-se nos dois
seguintes grupos:
- Argilas
primárias: são as argilas que se mantiveram no seu
local de formação. Apresentam-se por vezes associadas a restos da rocha de
origem (granitos, gneisses ou feldspatos) com um grão relativamente grosso e em
massas de cor branca, devida à pureza do ou dos minerais que a constituem. Há
jazidas de caulino cujo teor em caulinite chega a atingir 98% .
- Argilas
secundárias: são as argilas que, arrastadas por
agentes naturais como a água, o vento ou mesmo os glaciares, se foram
depositando longe do seu local de formação. Desse atribulado transporte
resultou o seu grão bem mais fino e também a sua mistura com matérias
orgânicas, etc. Podem apresentar-se coradas, ou não. São exemplos de argilas
secundárias os barros gordos, os barros vermelhos, etc.
O caulino é
uma argila de pureza considerável, capaz de suportar altas temperaturas e de
cozedura, em geral bastante branca. É um componente muito importante ou mesmo
fundamental de grande parte das pastas cerâmicas, nomeadamente das porcelanas.
Sendo ele muito friável, não reúne, por si, só as condições necessárias para
uma modelagem conveniente, tendo, para isso, que ser misturado com um barro
mais plástico (mais gordo).
É uma matéria-prima
muito abundante em grande parte da faixa costeira portuguesa com numerosos
pontos de extração e de grade utilização na indústria cerâmica e ainda na do
papel. Estes fatores, associados ao preço bastante acessível, tornam-no num
material relativamente fácil de obter. Por certo, não haverá nenhuma fábrica de
cerâmica que consuma caulino que se negue a vender-lhe pequenas quantidades. É
um material muito interessante.
O barro é
uma designação genérica na qual foram agrupadas um sem- número de misturas de
argilas com as mais variadas espécies de impurezas. Os diversos minerais, os
óxidos metálicos e as matérias orgânicas, associados às argilas em
variadíssimas proporções, fazem com que as variedades de barros sejam
inumeráveis e apresentem características muito distintas, quer em cru quer
depois de cozidas. Note que na mesma extração é freqüente encontrar tipos de
barros muito diferentes consoante, por exemplo, a profundidade a que se escava.
Os barros podem ser classificados
- Segundo à plasticidade em:
- BARROS GORDOS -
barros excessivamente plásticos, devido à forma, ao arranjo e às pequeníssimas
dimensões das partículas que os constituem e por incorporarem percentagens
relativamente elevadas de produtos orgânicos. Apresentam problemas à secagem:
elevado índice de retração (encolhem demasiado) tendência para o aparecimento
de deformações e de fendas.
- BARROS MAGROS -
barros muito menos plásticos, devido ao maior tamanho das partículas argilosas
e à presença, em percentagens mais elevadas, de materiais siliciosos ou até
calcários. São mais friáveis e, por isso (mesmo quando devidamente humedecidos
e amassados), excessivamente < quebradiços> para uma modelação
conveniente. Apresentam contudo um melhor comportamento na secagem,
nomeadamente no que se refere à resistência a roturas e deformações.
- Segundo a coloração que adquirem depois de cozidos:
- BARROS DE COZEDURA
BRANCA - barros não contendo ou contendo pequeníssimas percentagens de óxidos
metálicos. Ficam brancos ou apresentam tonalidades próximas do branco depois de
convenientemente cozidos.
É corrente designar-se
por barro branco qualquer barro que dê cozedura branca mesmo que a sua cor em
cru seja outra (freqüentemente cinzento mais ou menos carregado, até quase preto
quando húmido.)
- BARROS DE COZEDURA
CORADA - barros contendo percentagens mais ou menos elevadas de óxidos
metálicos que lhe conferem colorações características depois de cozidos.
Os mais freqüentes na
natureza são designados, genericamente, por barro vermelho, sua
cor característica, depois de cozido. Sua utilização se dá com a telha, o
tijolo e e quase toda a olaria popular e deve-se sobretudo à presença de óxidos
de ferro e de manganês. Quando cru, pode apresentar cores que vão desde o
cinzento ao esverdeado, ao azulado, ao amarelo-ocre e até a cores muito
próximas das que terá depois de cozido.
A pasta é
o material já preparado com que vamos produzir as nossas peças de cerâmica.
Diríamos que, só excepcionalmente, ela poderá ser constituída por um único tipo
de barro. Normalmente ela é constituída, no mínimo,por duas qualidades de barro
diferentes, de modo a assegurar à mistura as qualidades que cada um dos barros,
por si só, não possui e por produtos que lhe podem ser incorporados com
objetivos muito precisos: emagrecedores, corantes, agentes plásticos,
refratários, fundentes, etc.
Esta mistura é amassada
com água até se obter um material perfeitamente homogêneo, mole e plástico: uma
pasta de fato.
A composição das pastas
cerâmicas tem que ter em conta fundamentalmente o tipo de objetos que vão ser
produzidos e as exigências da técnica usada no seu fabrico. Assim, uma pasta
para modelar pode não ser boa para levantar peças no torno e é óbvio que com
uma pasta para tijolo não se podem fazer objetos de porcelana. No caso da
indústria, a composição e o controle das pastas é muitas vezes uma tarefa
complexa levada a cabo em laboratórios, por técnicos especializados.
Por extensão, a
designação pasta foi-se aplicando às preparações que nem
sequer se apresentam sob a forma de pasta. Assim, encontram-se pastas líquidas
como as barbutinas de enchimento ou as pastas em pó, vendidas em sacos.
A pasta pode ser branca
ou colorida por natureza; por sua vez porosa ou compacta; no uso com ou sem
revestimento. O revestimento pode ser transparente ou opaco, às vezes exaurindo
a permeabilidade das pastas (alcalino, quando empregado principalmente pelos
ceramistas da antiguidade; silicioso, terroso, estanífero e outros) é aplicado
geralmente com verniz, vitrificado ou esmaltado.
As derivações da
cerâmica são:
- - Terracota (opaca ou envernizada);
- - Faiança ou prolífera (esmaltada);
- - Grés (que recebe ambos os revestimentos acima citados);
- - Produtos de olaria e de uso caseiro;
- - Porcelana (translúcida, biscuit, vitrificada, caolínica ou dura) ;
A Terracota é
mais empregada como tijolos, ladrilhos, ornamentos para arquitetura, vasos de
jardins, etc.
A Faiança compreende
as cerâmicas clássicas, de figuras em preto e vermelho; podem ser citadas a
cerâmica mulçumana, a grafita italiana, a maiólica. A palavra ´faience´ deriva
do nome da cidade de Faenza, centro italiano de cerâmica do período
renascentista (séc. XV e XVI ), é de origem francesa. Ela designa produto
cerâmico em geral, quando de pasta tenra, envernizada ou de esmalte opaco,
revestimento dito de ´vernizes estaníferos´ ou ´ esmalte estanífero´.
Outra derivação da
cerâmica é a maiólica, possível derivação de Maiorca (ilha do
arquipélago das Baleares no Mediterrâneo, e importante centro de comércio
medieval. É uma cerâmica geralmente esmaltada em branco, que teve maior
desenvolvimento nas cidades penisulares de Casteldurante, Castelli, Deruta,
Forlí, Gubbio, Pesaro, Siena e Urbino.
A porcelana difere
da Faiança intimamente. É feita de uma argila especial chamada caulim que
tem o quartzo e o feldspato como componentes; e estes lhe confere
características genuínas como a sonoridade, a homogeneidade e a translucidez.
As mais famosas jazidas de caulim estão na China, Japão e Alemanha - na região
de Limoge e Sèvres.
A técnica de fabrico
varia em cada região, mas basicamente pode ser considerada uniforme. Uma das
variações de técnica interessante é aquela em que se aplica sobre a pasta crua
uma cobertura especial a qual, com o calor do cozimento, confere uma qualidade
vítrea ao acabamento, são as peças chamadas de cozidas "en
blanc". As que são cozidas sem receber a cobertura constituem
as chamadas em "biscuit".
A diferença básica
entre a técnica européia e a chinesa reside na aplicação das cores: na Europa
ela é pintada e na China é esmaltada (a tinta é um verdadeiro esmalte fixado
numa base de óxidos metálicos.)
É a minha terra CAETITÉ, sempre nobre e bela, sempre uma das primeiras no mundo das artes. Parabéns a esses seres que criam coisas tão belas e maravilhosas.
ResponderExcluirParabéns pela divulgação, temos que apresenta-las ao mundo.
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